domingo, 8 de julho de 2018

Qual é o teu tema de vida?


Ontem terminei oficialmente a minha Pós-Graduação em Mediação Familiar. Quem me vai seguindo por aqui, sabe que é um tema de vida, porque os meus pais separaram-se há vários anos e eu separei-me do pai dos meus três filhos mais velhos, há outros tantos. As minhas circunstâncias pessoais fizeram com que soubesse de cor o "sabor" do divórcio na qualidade de filha e de mulher-mãe que decide acabar um casamento, e estes "dois lados da barricada" deram-me perspectiva e uma obsessão por aprender mais sobre o tema da separação, do divórcio e da gestão dos conflitos inerentes.
Ainda sem aprender um mundo de coisas com as senhoras desta foto, já me recusava a acreditar no estigma das "famílias inevitavelmente destruídas pelo divórcio" e dos "filhos do divórcio". Não há "filhos do divórcio", há filhos de pais que se divorciam e que têm que aprender a viver nessa sua nova circunstância. E essa nova circunstância depende do que os adultos fazem dela e como se posicionam perante ela, facto que faz toda a diferença na vida dos filhos, isso sim.
Sei, na pele, que não é fácil. Sei que, mesmo para quem tomou a decisão da separação, como foi o meu caso, terminar um casamento é duro. Muito duro. Sei que a vida fica virada do avesso, de pernas para o ar, sei que falta o ar, que achamos que nada mais vai ser como antes. Sei que para as mães conscientes (e para os pais conscientes, sejamos justos), que tomam essa decisão difícil, morrem de medo de ter destruído a vida dos filhos. Sei disso tudo. E também é para ajudar nisso que a Mediação existe. 
Acreditem que também sei que há uma luz ao fundo do túnel, sei que a felicidade e a estabilidade dos filhos dependem directamente da felicidade e da estabilidade dos pais, e sei que é legítimo procurá-la. Façamos, contudo, a coisa bem feita. Procuremos ajuda terapêutica, se precisarmos, procuremos a ajuda de um Mediador (coisa diferente, não baralhemos as estações), façamos das tripas coração, Pais, para estarmos com a cabeça no lugar, porque é com a nossa cabeça no lugar que acertamos o lugar do coração dos nossos filhos.
Este é o meu tema de vida. Obrigada à Red Apple (e à Ana Varão e à Isabel Oliveira), por me terem devolvido o sonho.

3 comentários:

Anónimo disse...

Subscrevo cada palavra e gostava que este texto fosse lido e refletido por muitas pessoas, para benefício de muitas crianças e jovens! Bem haja! ☺️

Anónimo disse...

Marta, e quando não há filhos envolvidos e temos um medo de morte de dar esse passo, terminar um casamento? Que fazer? Onde arranjar coragem?

José Sobral disse...

quem é a colega que está no meio da fotografia, a loura? tenho quase a certeza que foi minha colega no secundário.