sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Há meio ano que a tua cara não me é estranha...

Pau Storch Photography

Há 6 meses tinhas exactamente oito horas de vida. Estávamos os dois meio adormecidos na cama da maternidade, tu exausto do parto e eu, a pairar entre o desmaio de cansaço e a histeria. Uma espécie de catatonia que mantenho até hoje.
O papá estava em casa, em pulgas para chegar a hora da primeira visita, e quando às duas da tarde entrou pela enfermaria adentro, vinha com aquela cara tonta de quem está embriagado pela hormona da felicidade...um dia vais saber o que isso é. 
Acho que já te disse muitas vezes que me apaixonei logo por ti, assim que te vi quente, sujo e minúsculo. Foi um coup de foudre, amor à primeira vista, paixão em estado puro. Essa embriaguez da paixão, mantenho-a também até hoje, apesar de me sugares até ao tutano, de não me deixares dormir mais que três horas seguidas e de monopolizares os meus dias inteiros. Aliás, monopolizas a família inteira com o teu choro urgente, o riso dobrado e as covinhas que fazes nas bochechas e que derretem o coração mais empedernido.
Nota-se muito que estou completamente apaixonada por ti, meu amor?
Há meio ano que a tua cara não me é estranha, mas já te conheço há uma vida inteira.

[parabéns, meu querido bebé]

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