segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Este post não é sobre alimentação [é sobre a vida]




Têm-me pedido para dar algumas dicas sobre a minha alimentação actual, porque a perda de peso tem sido visível. Sobre isso, quero começar por dizer duas coisas:
1. Sempre que amamento perco peso com facilidade e esse facto, só por si, tem facilitado o processo;
2. Não tenho quaisquer conhecimentos técnicos sobre a matéria, nem sei dizer se o que faço se deve aplicar a quem está aí desse lado. Esta é, simplesmente, a minha experiência pessoal, que vale o que vale.
Posto isto, dizer-vos que passados dois meses do Vicente nascer, tive uma consulta de Nutrição na Clínica do Tempo, onde em função do meu peso, estilo de vida, etc. adoptei um plano nutricional específico que me ajudou a fazer uma reeducação alimentar. É assim que me faz sentido, porque é reaprendendo a comer que posso, de facto, fazer mudanças de fundo que geram rotinas e que estabelecem hábitos. O meu objectivo no pós-parto não era perder peso à força nem à bruta {nem podia ser!}, mas aprender a comer de acordo com as minhas características e necessidades e do meu bebé, e transpor muitas dessas mudanças para o meu dia-a-dia a médio e longo prazo.
Não irei aqui mostrar o Plano, porque não quero que ninguém caia no erro de o adoptar. Trata-se de um guião personalizado, que teve em conta muitos factores e que, por isso mesmo, não se deve generalizar. Ainda assim, dizer-vos que conta com algumas linhas gerais:
- Eliminar os hidratos de carbono à noite e reduzi-los drasticamente ao almoço {1 colher de sopa};
- Beber 2,5l de água por dia {confesso que este tem sido o meu calcanhar de Aquiles};
- Esquecer o pão {estava à espera que fosse mais difícil!};
- Abandonar os açúcares adicionados;
- Comer de duas em duas horas, evitando sentir fome e fazer asneiras desnecessárias.

Continuo a seguir este plano com pecadilhos à mistura, que não serei beatificada. Mas pelo caminho e fruto de pesquisa que comecei a fazer, intrometeu-se o regime Paleo na minha vida. Comecei por ler o livro "30 Dias para Mudar de Vida - Detox Paleo", da Joana Moura, e passei para o "Livro de Receitas Paleo" da Irena Macri. Pelo meio, visito muitos blogs sobre o tema e tenho o melhor aliado que poderia ter, o meu marido, que convertido ao regime Paleo, decidiu transformar a sua persona de Chef de cozinha, num Chef Paleo. Este facto, que parece não ter importância nenhuma, tem tido enorme influência no meu processo por duas razões:
1. É muito mais fácil a dois {fazer mudanças alimentares drásticas requer a cumplicidade do parceiro, ou tudo fica mais difícil};
2. O meu marido cozinha lindamente e tê-lo como aliado tem sido uma mais-valia {pesquisa receitas, inventa, experimenta e acerta}.

Descobrir o "mundo Paleo" tem sido um admirável mundo novo, perdoem-me o lugar comum. Não conto calorias, a comida é super saborosa e nunca tenho fome. Na verdade, acho que nunca comi tão bem e sem nenhuma culpa.
Não falarei aqui sobre os princípios desta alimentação, até porque os livros que citei {e muitos outros}, são a vossa melhor fonte. Mas dizer-vos que adoptei alguns deles, como a tentativa de deixar de comer trigo {não sou fundamentalista, mas evito quando posso}, a drástica redução do açúcar e a diminuição do consumo do arroz e da batata {à excepção da batata doce}, na maioria das vezes. Reforço "na maioria das vezes", porque não me privo em almoços e jantares de amigos, nem quando me apetece muito. Mas o estranho disto tudo, é que me vai apetecendo cada vez menos. Aposto em pratos bonitos e coloridos e sinto que estou a diversificar muito mais a minha alimentação, ao contrário do que se possa pensar. Afinal, há um mundo de alimentos para provar e é uma pena ficarmo-nos sempre pelos óbvios.
Outra mudança de fundo tem sido  uma maior preocupação com os alimentos que escolho cá para casa. Passei a comprar grande parte da fruta e dos legumes numa frutaria de bairro e evito alimentos com muitos aditivos. Penso nisso, pelo menos, e tento fazer escolhas mais inteligentes e saudáveis.

Para terminar, dizer-vos que a perda de peso é apenas a ponta do iceberg, a parte visível. Valorizo, igualmente, o que não se vê à vista desarmada, mas que tem mudado a minha vida em família: um maior planeamento das refeições e a adesão serena dos miúdos a algumas das novidades.
E por último, voltar a reforçar a ideia de que não embarco em visões fundamentalistas, na alimentação nem na vida. Acredito que é preciso ir ouvindo o nosso corpo para acertar, e pecar de vez em quando, ou nada disto teria graça.

1 comentário:

disse...

Que bom!!!
Obrigada pelas dicas dos livros.
Beijinho