terça-feira, 2 de agosto de 2016

Eu, desorganizada me confesso!


Antes de ser mãe numa família numerosa, tinha a ideia feita de que as mães de muitos filhos eram obrigatoriamente mega organizadas. Achava que se houvesse critérios para o recrutamento de "mães dessa espécie", a capacidade de organização teria de estar no topo da lista, a par com as capacidades de descomplicar e de multiplicar coisas e afectos.
Hoje, mãe de quatro filhos que sou, já me deixei de ideias românticas a respeito. Na verdade, mantenho como critérios essenciais a "descomplicação" {tão útil em momentos de stress!} e a multiplicação {fundamental em momentos de crise}, mas renego para um plano secundário a organização, porque cá me oriento nesta desorganização latente, que faz com que esteja a menos de 24 horas de rumar ao Algarve, e ainda não tenha uma única mala feita. Aliás, enquanto a máquina vai lavando dúzias de roupas, escrevo posts, respondo a mails e tomo o pequeno-almoço calmamente com o meu homem, aproveitando a meia hora de sesta do Vicente.
Lembrei-me disto, porque ontem à noite uma amiga perguntava-me se já tinha tudo pronto para a viagem. Ri-me e disse-lhe que não, que não tinha nada. Deixo sempre tudo para a última da hora e sou optimista o suficiente para achar que nunca me esquecerei de nada. E se me esqueço {coisa muito provável!}, rapidamente me convenço de que não fazia falta, ou nunca teria ficado para trás.
Quando as realidades nos são distantes, tendemos a romancear as coisas e a achar que tudo é perfeito. Quando nos tocam directamente, ajustamos as expectativas e vivemos com o que somos e com o que temos. Assim sou eu.

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