segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Correr a dois, de madrugada


Eram seis da manhã quando o nosso despertador tocou. Saímos às seis e meia e corremos o tempo todo juntos, debaixo de uma lua gigante.
Não foi romântico, não senhor. O nosso humor matinal deu-nos para discutirmos sobre o percurso e para eu quase decidir voltar para casa, a correr, mas sozinha. Valeu-nos o facto de já conhecermos de cor a intolerância que ambos temos quando estamos com sono, e  o silêncio que se instalou durante seis quilómetros e meio,a única benção do treino, para além dos pássaros que ia ouvindo, de onde em onde.
Não vou mentir: correr de madrugada não foi maravilhoso, nem mudou o meu dia para melhor. Não me senti mais enérgica, pelo contrário, estive muito cansada quase todas as horas que se seguiram, a pontos de me apetecer deitar-me a cada cinco segundos. O dia de trabalho também não ajudou, porque acabou depois das sete da tarde e foi demolidor.
Agora são dez da noite e sinto-me capaz de aterrar num sono profundo, mas imagino que seja o que acontece a quem madruga. Ainda assim, não terá sido a última vez que treinei a estas horas. Imagino que o truque esteja em conseguir deitar-me mais cedo, e esse é o desafio que ainda tenho que afinar.
Não fiquei apaixonada, porque nem todos os amores são à primeira vista.
O resto virá por acréscimo. Ou não.

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