quinta-feira, 21 de maio de 2015

Não se morre de amor

Se um dia te perder, ou me perder de ti, não sei se continuarei a acreditar no amor.
Sabes bem porquê. Joguei as minhas melhores cartadas connosco. Baixei defesas, fiz saltos em queda livre, virei as costas ao medo muitas vezes, embora o tipo nunca me tenha verdadeiramente deixado. 
Dizem que o medo é uma estratégia de sobrevivência. Que nos protege de fazermos coisas loucas que ponham em causa a vida. Acho que é por isso que o amor e o medo andam sempre de mãos dadas. O amor sucumbe, de bom que é. O medo dá chão. Agarra-nos antes de saltarmos precipícios.
Ainda assim, virei-lhe a cara muitas vezes, contigo. E fi-lo vigorosa e orgulhosamente, como quem hasteia uma bandeira. De peito feito e de lágrima ao canto do olho.
A coisa tem crescido, amor. Não há um dia que me arrependa de ter baixado a guarda. Mas tenho medo. E não é só de te perder, que é mentira que se morre de amor. Tenho medo de deixar de acreditar, porque é o desalento que pode matar.

[mãe, não me ligues a perguntar se está tudo bem, porque está tudo óptimo. Simplesmente, gosto de falar de amor]



1 comentário:

Anónimo disse...

Absolutamente verdade o que escreveu,Marta...e fê-lo de uma forma magnífica. Parabéns!