quinta-feira, 7 de maio de 2015

A minha maratona

Nas fotografias que tiro, antes ou depois de correr, apareço quase sempre a sorrir. Não porque queira mostrar que isto de treinar não custa nada, mas porque é muito raro estar sisuda e porque são poucas as coisas que me tiram o sorriso.
Ainda assim, dizer-vos que isto tudo me continua a custar horrores. Treino uma média de duas a três vezes por semana, e sou muito disciplinada nas distâncias e no ritmo ditados pela aplicação da ASICS que entretanto descarreguei, e que me serve de empurrão. Mas qualquer quilómetro que faça continua a ser duro, e ainda nunca experimentei aquela sensação de leveza que alguns corredores descrevem.
Cinco quilómetros continuam a custar, exactamente, cinco quilómetros e nem menos um metro. E dez quilómetros raramente parecem dez, mas antes o dobro.
Há, no entanto, uma coisa que me alivia nisto tudo: o facto de, mesmo assim, não desistir. 
Persisto com uma vontade férrea que, vos garanto, não sei de onde vem. Desconfio que a corrida tem sido uma espécie de laboratório onde vou testando os meus limites e pondo-me à prova para as provas que hão-de vir.
Continuo a achar que cada quilómetro a mais que corro, cada segundo a menos que levo, cada passo que dou como se carregasse um tronco, é a exacta quantidade de energia, de foco e de coragem que vou ter de trazer comigo nos desafios que este ano me reserva.
Bem vistas as coisas, não estou a treinar para a maratona de 18 de Outubro, mas para a minha própria maratona. Uma corrida de fundo só minha, que deverá levar uma vida inteira.

1 comentário:

Anónimo disse...

Força!