Descobri que depois de correr fico sempre a rir.
São as endorfinas, respondem-me. E para mim, serve-me a resposta. São hormonas a fazer um trabalho bem feito.
Ainda assim, fico a pensar o que é que me põe assim, feliz, para além da corrida.
Num exercício rápido, lembro-me de umas quantas coisas:
Gelado de coco no pino do Verão.
Cheirar os meus filhos enquanto dormem.
Dar uma volta a pé pelo Chiado, de mão dada com o meu homem.
Deitar-me no sofá, sem nada para fazer. A pensar na vida.
Acordar a meio da noite com um filho dentro da minha cama.
Massagens nas costas e na cabeça {o meu conceito de luxo}.
Uma fatia do melhor bolo de chocolate do meu mundo {o do Rissol, em Algés, que me acompanha há muitos anos, no dia do meu aniversário}.
Escrever umas quantas horas seguidas, sem interrupções.
Beber uma taça de vinho tinto entre amigos.
Uma noite de cinema, precedida de um hambúrguer clássico com batido de morango.
O chá que o meu homem me prepara ao serão, enquanto escrevo no blogue.
Os meus filhos em casa.
Demorei alguns anos a conseguir identificar o que me deixava realmente feliz. Culpa de ninguém a não ser minha. Uma tendência natural para agradar aos outros, para alinhar com os outros, para fazer os que os outros esperavam de mim.
O resultado disto foi ter-me esquecido do que gostava. Parece impossível, mas foi mesmo verdade. Deixei de saber.
É por isso que fazer esta lista é uma vitória. E prometo continuá-la, para não me esquecer nunca mais.
2 comentários:
Cheirar os filhos quando dormem é um hit por aqui também :)
E sentir o nosso filho no colo (nem que seja um minuto apenas), encaixado como se fossemos peças de lego mutantes, perfeitas para a vida?
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