quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Contagem decrescente

Finalmente arranjo tempo para me recostar nesta cadeira, de onde vos escrevo todos os dias.
Já trabalhei o dia inteiro, já levei e trouxe os putos das actividades de quinta-feira, já ajudei o meu filho mais velho a preparar uma apresentação para Português, já lavei roupa, já arrumei as quinhentas mil tretas que andam espalhadas pela casa, já fui ao supermercado, já me zanguei e também já me ri às gargalhadas, já fiz a árvore de Natal, já estudei, fogo, já fiz o pino.
E então? {perguntam-me vocês}. E com razão. Não há motivo para queixas, nem para lamentações, que nada disto é, afinal, extraordinário.
Sou mais uma mãe entre milhares, que passa o dia a conciliar agendas e que faz a ponte, a espargata e o que for preciso, para ser espectacular em todas as facetas da sua vida. E como quase todas {que há alguns espécimes que parece que acertam em todas as frentes}, erro quinhentas mil vezes e acabo o dia feita em fanicos, quase a parecer uma esfregona podre.
E por mais cansativo que tudo isto seja, seria tremendamente infeliz de outra maneira qualquer. E talvez por isso, morra de medo de Janeiro. 

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