Cada dia mais perto

Há dias em que sei o caminho de cor. 

Traço metas e objectivos, decoro a cartilha, pulo e avanço mais um bocado, e sei que ninguém me pára, simplesmente porque me sinto imparável. O mundo é meu e quem disser o contrário está redondamente equivocado.

E depois há outros em que derrapo. Dias em que perco o norte e em que me assusto com a minha própria sombra. Dias em que me sinto pequena e perdida e em que volto a ouvir, em repeat, a ladainha que me paralisa. Aquela que sussurra que não sou capaz.

Hoje uma amiga dizia que se tomasse consciência do meu poder, ninguém mais me pararia. E não teremos todos esse poder de nos tornarmos a melhor versão de nós próprios? De expandirmos, até ao limite, aquilo que fazemos melhor? 

A diferença está no que decidimos fazer com ele: se o escondemos debaixo do tapete, ou se o trazemos à tona. Doa a quem doer.

Todos os dias decido a segunda hipótese e todos os dias sinto medo. 

Ainda assim, escolho pensar mais além, e acreditar que a vida só segue o caminho que tivermos a ousadia de imaginar.

Olho para trás e descanso um bocado. Afinal, já estive mais longe.