Juro que às vezes me canso de pensar tanto.
Invejo aquelas pessoas que fazem as coisas porque sim. Que
decidem porque sim. Que são como são porque sim.
Já eu, consigo ser terrivelmente maçadora.
Penso porque sim e porque não. Descasco cada detalhe como a
uma cebola, e peso prós e contras como se pesam gramas de farinha numa
balança.
Questiono-me constantemente, como se estivesse sempre no terapeuta.
Faço castelos no ar à mesma velocidade com que mato ideias, dependendo para
onde estou virada. Sou mestre na arte de fundamentar posições opostas, porque
oportunisticamente, ou não, consigo ver sempre os dois lados da mesma questão.
Escamoteio cada palavra que me dirigem, mesmo quando pareço desligada. Tento
perceber segundos sentidos, facto que quase cria apoplexias nervosas ao meu
marido. Fomento discussões quando tenho fome e sono. E pior que tudo, acredito
piamente nos argumentos que arranjo à pressa, sempre que me sinto bélica: normalmente quando adormeço no sofá e sou arrastada a ferro e fogo para a cama,
ou quando atinjo um estado de fraqueza tal, que ponderaria a possibilidade de
comer cabidela e pezinhos de coentrada. E acreditem, só o faria em estado
de sítio.
De resto, sou uma tipa porreira. Maçadora, mas porreira.
5 comentários:
Acabaste de me descrever...e por isso tinha que deixar hoje uma palavra...adoro o teu blog, mas não comento (deveria e acho que vou passar a faze-lo)
Continua assim...sincera e livre...
Sofia
:-) Eu tambem sou assim. Mas a mim ninguem me atura. ah ah ah
Tens sorte em teres alguem que mesmo assim gosta de ti. Parabens
eheheh
bem vinda ao clube......
pensar, pensar, pensar
É engraçado ver como uma descrição feita por outros nos espelha tão bem!! :)
B.
Não deixa de ser impressionante como num dia defendemos até à exaustão uma ideia suportada por argumentos originados pela nossa típica "posição do contra", e no dia seguinte já os outros convencidos, fazemos exactamente o mesmo para a posição contrária... exasperante, acredito.
Já em relação à procura de segundos sentidos... obrigada por me fazeres sentir menos sozinha (e paranóica), raros são os que admitem.
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