quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Eu "mãe sargento" me confesso...

Gerir uma família é sempre complicado. É complicado para mim, pelo menos, que não descontraio com facilidade. Não deixo andar com facilidade.
Assumo que não sou daquelas mães que com a experiência da maternidade x 3 deixaram de se preocupar com o frio, nem com as vezes que os miúdos põem as mãos dentro do prato. Também não relaxo quando são dez da noite de um dia de semana e ainda não estão todos na cama, e tenho sérias dificuldades em entrar em palhaçadas quando há um rol de tarefas por cumprir: jantar, mochilas, dentes lavados, pijamas vestidos, TPCs acabados, qual linha de montagem.
Admito que sou um bocadinho "sargenta" na forma como exerço a maternidade e sei que esta rigidez me faz perder alguns prazeres na relação com os meus filhos que, de vez em quando, precisam que as regras se quebrem e que as rotinas se suavizem.
 
Hoje, ao almoço, falava com uma amiga (também mãe de três) sobre isto. E percebi que os meus dilemas são os dela, estes de querer estar no controlo de tudo. Como se controlar tudo fosse sempre possível. E como se controlar tudo fosse o garante de alguma coisa. Não é.
E esta certeza, assim, de repente, alivia-me. E dá-me vontade de esquecer mais vezes a linha de montagem. E de desfrutar.
 

8 comentários:

Blog da Maggie disse...

Eu também sou mãe sargento, hahaha

Beijos

Maggie

Noc@s disse...

Tal qual, até o não conseguir entrar em palhaçadas quando a coisa a meu ver já está a descambar. Não sabia é que era "sargenta" ;)

Avó de 3 disse...

Com o tempo, muitas coisas deixam de ter a importância que lhes damos na altura.
Eles crescem e, verificamos que apesar de certas regras que foram quebradas, contra nossa vontade, eles são adultos equilibrados e responsáveis.
É tudo uma questão de tempo e paciência...
FELICIDADES!!!

Lua Descalça disse...

:-) Como eu me revi nessa "farda" de sargento, apesar de ter apenas 2 filhos.
E também sinto algum alívio (ainda que o esqueça logo de seguida) quando percebo que as minhas angústias são, no fundo, as mesmas de outras mães! O medo de falhar como mãe é grande e está sempre presente, mesmo tendo consciência que a perfeição não existe e que haverá sempre falhas deles e nossas!
Mas, acho que é positivo termos essa consciência de que não controlamos tudo (não é humanamente possível)… faz-nos estar mais atentas, porque há situações de falso controlo que acabam por trazer a longo prazo dissabores.
Obrigada por estas partilhas!
Ana

Maria disse...

Mais uma para o rol de "mães-sargento"! :) Fico feliz por saber que há mais como eu! :D

Anónimo disse...

Há que dividir as coisas: há comportamentos ,atitudes, que necessitam de grande disciplina para que se emendem. Depois há os outros que fazem parte das rotinas dos dias. Aí, é necessário relativizar a aproveitar todos os momentinhos que nos vão trazer muitas saudades. Se não comerem sopa todos os dias ,ninguém morre, se estiverem muito cansados, não há problema se eu ajudar (muito) os TPcs, desde que não seja regra. E depois a sabedoria das mães sabe distinguir MUITO BEM os primeiros dos segundos. Aproveite o crescimento e a companhia como se não houvesse amanhã. Um dia vai acordar e já todos se foram! E são felizes e capazes de viver as suas vidas mas a sua ausência nos nossos dias vai viver desses outros dias em que a pinha que fomos nos dará forças para seguir em frente. Fale quem sabe!! Desfrute e seja feliz.

Paula Braçais disse...

como te entendo :/

à conversa disse...

Tb sou um bocadinho general! Temos 5 filhos entre os 14 e os 5 anos e só dá assim... O meu marido sempre a dizer, "mas tu não te sentas??" e eu a pensar como é que eles conseguem estar todos sentadinhos na galhofa e eu com 30 000 coisas para fazer para o dia seguinte? Mas, às vezes, o melhor é mesmo relaxar e sentar-me com eles na palhaçada, na esperança de que tudo apareça feito ou que colaborem mais...