Nos fins-de-semana em que não tenho miúdos quero comer o mundo, que é o mesmo que dizer, fazer tudo aquilo que gosto e que não posso em dias normais: experimentar um restaurante novo, caminhar pela cidade ao entardecer, beber um gin ao final do dia, ir ao cinema a uma hora qualquer, ler um livro até me fartar, dormir horas seguidas, namorar muito.
Não é fácil fazer isto tudo em dois dias. Já não tenho 20 anos e descubro muitas vezes, afinal, que grande parte dos meus prazeres moram em casa, a começar pelo meu homem, pelas séries que decido ver ao início da noite, pelo sofá já feito ao meu corpo e pelos petiscos com que tenho a sorte de ser brindada, tantas vezes melhores que num restaurante da moda qualquer.
Por tudo isto {e porque tenho andado verdadeiramente exausta}, o Sábado foi dia de dormir até às quatro da tarde, depois de uma breve interrupção para comer umas papas de aveia com mel e canela e para beber um café forte.
Hoje a história foi outra, que o sol de Outubro não é para desperdiçar: passeio lá para os lados da Ericeira e caminhada em Belém até ser quase noite.
Amanhã recomeçam as rotinas: trabalho, basket, catequese (x3), natação (x2), jantares, banhos, mochilas, TPCs, testes, blá, blá, blá.
Amanhã recomeça a nossa vida real, ao fim ao cabo. Essa que só sabe bem, quando temos tudo o resto resolvido.
Eu tenho.
Eu tenho.
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