terça-feira, 27 de agosto de 2013

Filhos a Sul

 Os meus filhos continuam a Sul com a avó materna. E apesar de saber que estão nas melhores mãos, sinto sempre que me falta um pedaço qualquer. A casa cheia quando chego do trabalho, a preocupação com os jantares e com as compras que lhes antecedem, as brigas por coisa nenhuma, as quinhentas mil vezes que ouço a palavra "mãe"{e que apesar do uso frequente, nunca se desgasta}, a pressa de sair do trabalho e de ir a correr, porque alguém me espera.
Claro que me têm sabido pela vida estes dias de soltura. Finais de tarde de namoro, de sestas até ser noite, de repastos que me ficam à volta da cintura mas que me aquecem a alma, de serões entre amigos, e de horas infinitas para fazer o que me apetece. Dias que me trazem de volta a liberdade do tempo, e que exercitam a minha tomada de consciência sobre o que quero fazer em cada momento. Uma conquista relativamente recente, confesso.
Mas a Maternidade faz-nos isto: dá-nos uma benção eterna, mas tira-nos para sempre a sensação de plenitude. Está-se bem sem filhos em doses moderadas, mas só em doses moderadas. 
Tudo o resto, é feito e sentido às metades.



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