quarta-feira, 7 de agosto de 2013

À espera...

Já não estava numa sala de espera de um consultório médico de adultos há uns tempos, e já me tinha esquecido das desgraças que por lá se ouvem.
Estive ontem.
Comenta-se o acidente do toureiro que caiu no programa de dança da TVI, como se por lá se tivesse estado. E garante-se que já não há salvação possível que "as coisas da cabeça e do encefálico são muito difíceis"
Comenta-se o hospital X e assegura-se que ninguém sai de lá vivo, que "novos, velhos e de meia idade, nenhum saiu de lá com vida"
Comenta-se a senhora que entrou no hospital sem mazelas de maior e que saiu sem uma perna. 
Comenta-se a vida de tudo e de todos como se fosse a nossa, que é mais fácil opinar sobre a dos outros. A nossa, por vezes, é pesada ou vazia demais.
Fiquei farta de salas de espera de consultórios médicos. E fiquei com a certeza {mais ainda}, que temos todos a missão universal de enriquecer as nossas próprias vidas, ou corremos o risco de volatilizar a nossa passagem neste mundo.
E não há nada mais triste que passar sem deixar nenhum rasto luminoso. E de autor.

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