quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Dos bons momentos desta vida

A vida e a maturidade têm a triste e ingrata tarefa de nos levar para longe pessoas que julgavamos amigas.
Pessoas que nalgum momento estiveram ao nosso lado e que se foram embora, tantas vezes sem dizerem adeus. Ou que mandámos embora porque não compreenderam o que mudou em nós.
Legítimo. Já todos tivemos do lado dos que partem, e no daqueles que se sentem partidos com uma amizade desiludida.
Mas porque a vida e a maturidade não são tolas, brindam-nos também com a surpresa de nos trazerem, sem nada esperarmos, pessoas que chegam, e que nos acolhem em dias cinzentos. E que nos ouvem e que nos dão sustento, mesmo sem darem conta.
Pessoas que fazem eco em nós, nem que seja por instantes. Não importa.
 
Ontem tive um momento destes que durou o tempo de um café prolongado. Vinte minutos. Talvez mais, talvez menos. Pouco importa, na verdade.
Minutos que souberam a mel, numa conversa simples no que a complexidade tem de mais simples. Aquelas conversas aparentemente banais que trazem palavras profundas, tantas vezes não ditas. Porque não há espaço para elas. Não há tempo. Não há sintonia.
E ontem houve.
 
Obrigada C., pelo balão de oxigénio.
Foi mais útil do que possas imaginar para a tarde irrespirável que se seguiu.
 
MM

2 comentários:

Frida Kahlo disse...

De tudo o que poderia dizer apenas (?) digo que também para mim foi tão, mas tão bom. Fiquei mais forte por me rever em ti e, acima de tudo, ver que as minhas angustias não são unicas: As mulheres que eu admiro também as possuem (como tu).

Dolce Far Niente disse...

Uma grande, grande beijoca Frida! :=)