segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Correr sem fugir

Hoje corri pela primeira vez. Ou melhor, corri com o único objectivo de correr. Sem ser atrás dos meus filhos, nem para apanhar o autocarro, e nem sequer para fugir de um psicopata violador de mulheres maduras. Nada disso.
Corri com o meu homem às 8 da noite, com um vento frio a bater-me na cara. E doeu-me tudo {até a alma} porque fui expurgando uns quantos fantasmas ao longo do percurso. Um percurso interior que me levou de volta a crenças antigas. Que não tenho resistência. Que perco o fôlego com facilidade. Que desisto rapidamente. Que não sei enfrentar contrariedades. Que me falta persistência. Que não invisto naquilo que não faço bem feito. Que há coisas que não vale a pena tentar.
 
Corri 15 minutos, num percurso total de meia hora. Fui intercalando a corrida com a marcha e é verdade. Ia perdendo o fôlego. E sim, ainda deitei umas lágrimas do frio, do esforço, das dores de cabeça e das pernas e dos pés.
Mas não desisti, não virei costas, não desmaiei nem morri.
E vou voltar.
Porque os fantasmas só desaparecem quando os vemos, finalmente.
 
MM

2 comentários:

Dúvidas e Certezas disse...

Texto muito bom!

Espero que sim, que os nossos fantasmas possam desaparecer. Acreditar sempre, certo?!

Dolce Far Niente disse...

Acreditar sempre.

Um grande beijinho