sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Maternidade

Quando tive o meu 1º filho não fazia a mais pálida ideia do que era a maternidade. E embora haja quem diga que basta ter um filho nos braços para saber o que isso é, sou da opinião de que não basta.
É verdade que o coração insufla e que vai crescendo de tamanho e de volume sempre que repetimos a experiência. E também é verdade que vemos aparecer uma forma de Amor até aí desconhecida, que ultrapassa tudo aquilo que já havíamos sentido antes.
Mas o exercício da maternidade não se esgota {nem se pode esgotar}, nesse sentimento de Amor Incondicional.
É preciso saber fazê-lo. Saber acolher e securizar, saber balizar, saber dizer "sim" e saber dizer "não", saber gerir a irritação e a frustração, saber amar muito, mesmo quando a fúria se instala, saber ensinar e saber "largar" quando começa a ser tempo dos filhos voarem sozinhos.
E porque há tanta coisa que não sei fazer, coloco-me grandes questões todos os dias, e todos os dias questiono a mãe que sou.
Esta viagem interior tem-me trazido, no entanto, grandes descobertas. A principal e mais libertadora delas todas, a de que nunca serei a mãe que os meus filhos esperam que eu seja, nem eles os filhos que eu idealizei.
E se há descoberta boa neste processo, é a de que sou muito melhor agora, do que há 10 anos atrás, quando nasceu o Duarte - o que mais penou com a minha inexperiência, e aquele que me obrigou a crescer e a perceber que nunca mais nada iria ser como antes.

Hoje, passados estes anos, olho para trás e nem sempre me reconheço. E emociono-me com isso.
Porque é bom ter consciência da Mãe que fui, da que sou e da que ainda quero ser.
Tantas diferentes e, afinal, eu própria apenas.

MM

*Este post é um "momento Limetree".

2 comentários:

Seni disse...

Sinto o mesmo. :) Há sempre dúvidas, inseguranças e medos... Nunca sei se estou preparada para mais uma fase. O meu segundo tem diferença de 9 anos do primeiro e tal qual como descreves sinto que sou muito melhor agora com o 2.º. :))

Joana come a papa disse...

Adorei o post. Apesar de andar nisto da maternidade há relativamente pouco tempo, reconheci-me muito nele.
Joana come a papa