quinta-feira, 16 de agosto de 2012

À minha Mãe


Hoje faz anos a Mulher da minha vida.
A que me deu vida há 38 anos, e a que continua a velar-me os passos.
Há exactamente dois anos atrás {por motivos que só as duas conhecemos}, escrevi-lhe uma carta, da qual transcrevo alguns trechos:

"Querida Mãe,
Ao longo dos meus 36 anos de existência, tens sido o meu “porto de abrigo” mais seguro, a minha almofada mais carinhosa, o meu colo mais doce.
Muito para além do papel de “mãe”, tens sido minha amiga e confidente, nos bons e nos maus momentos.
Quando olho para trás, és tu quem povoas as minhas memórias de infância…foste tu quem me tapou à noite, foste tu quem me ajudou a “matar” alguns fantasmas, foste tu quem me ajudou nos TPC, foste tu quem me acompanhou aos cursos, às festas, às aulas de ginástica, de inglês, de dança, de francês…também foste tu quem soube como me senti depois do meu primeiro beijo e foi a ti que contei quando me apaixonei pela primeira vez.
Mesmo com todas as tuas dificuldades, tristezas e mágoas, deste-me o maior tesouro que um ser pode dar a outro ser – deste-me a vida e ensinaste-me a viver.
É uma dívida eterna, esta que te tenho e, acredita que tenho pensado muito sobre isso, agora que também sou mãe.
Conto-te a minha mais recente descoberta e fica um segredo só nosso, combinado? Descobri que a única forma de te ressarcir, é ser feliz! Parece tão simples e é, no entanto, tão complicado!
Também descobri que há outra forma –testemunhares os meus voos mais audazes, aqueles que te fazem tremer de pânico, e que te enchem de orgulho quando são bem sucedidos…mesmo aqueles que parecem que não vão correr bem…e até aqueles que correm mal, mas que lhes percebo o propósito e que lhes retiro uma qualquer lição de vida!
Mãe, ensinaste-me bem, sabias? Claro que há muitas cabeçadas que vou ter de dar, há muitas lágrimas que hei-de verter, há muitas lições que terei de tirar, mas estou no Caminho…estou no Meu Caminho, e isso já me faz imensamente feliz!
Por tudo isto, peço que vás testemunhando os meus voos, mas que não caias na tentação de voar comigo, nem de traçares a rota. Sabes, é que chegou mesmo a hora de ter de o fazer sozinha, por mais difícil que seja, para ambas.
Peço-te que me escutes sempre que preciso falar-te, peço-te que me dês colo sempre que precisar de um embalo, peço-te que me enxugues as lágrimas sempre que precisar de um amparo. Peço-te, também, que me deixes ser o faroleiro deste farol, porque só assim poderei aspirar a voos ainda mais altos!
Amo-te.

Agosto de 2010"

Mamã, passados dois anos destas palavras, quero agradecer-te tudo.
O colo, o amparo e o voto de confiança.
És tudo.

MM

1 comentário:

Juvenália Dorotea disse...

Obrigada, filhota!

Foi bom reler, hoje, esta carta que guardo religiosamente! Obrigada por existires, obrigada pela felicidade que é ser tua mãe, obrigada pela tua beleza interior, obrigada pelos teus filhotes!
Um grande, grande abraço, muito apertado e um monte de beijinhos

Mãe