terça-feira, 31 de julho de 2012

A minha pseudo-depressão

Ir de férias no início de Julho tem coisas boas.
Afinal, vou primeiro que toda a gente, o Algarve ainda não está a afundar de gente, o bronze com que regresso causa sensação diante dos desgraçados de pele amarela  e descorada que ainda não rumaram a Sul, e trabalhar em Agosto é normalmente calmo.
Mas ir de férias no início de Julho tem um problema - resta-me o Verão todo para não estar de férias. E este facto é, no mínimo, deprimente, senão vejamos:
- O local de trabalho está quase vazio, mas cheio daqueles barbicachos cabeludos que ficam para os três gatos pingados que por ali andam (entre eles, eu própria), resolver.
- O bronze dourado e luzidio com que cheguei começa a ficar esbatido, a fazer lembrar uma nódoa desbotada com pernas. E logo depois, um fantasma.
- Assiste-se ao êxodo estival para sul de metade da população lisboeta, e não se pode reclamar porque, afinal, já lá se esteve.
- As memórias das férias e da praia começam a dissipar-se, quase como uma experiência fora do corpo.
- Os dias solarengos apelam ao "dolce far niente" e as noites quentes à luxúria, embora o despertador toque sempre às 7 da matina.
- Todas as pessoas com quem me cruzo me desejam "boas férias!".
- Ainda acordo a meio da noite a achar que estou de férias, mas já não estou. Nem vou estar tão cedo...lá para o Natal. Literalmente.

Posto isto, só não ando deprimida porque sou uma mulher saudável e bem acompanhada.
Mas só por isso.

MM



6 comentários:

Juvenália Dorotea disse...

A minha profissão nunca me permitiu ir de férias senão em Agosto e ainda bem, porque achei sempre que se tivesse que ir em Julho, sobretudo no início, ia sentir isso mesmo que descreveste tão bem. Aliás, nunca entendi porque as pessoas fazem férias em Junho ou Julho por opção, embora perceba que o país não pode parar em Agosto. Enfim, ainda bem que somos todos diferentes, porque se gostássemos todos do mesmo...!

Sturmvogel disse...

Martongas, deixa-te de cenas pá... Qual depressão qual quê.
Agosto é brilhante para se trabalhar. Demoro 15 minutos a chegar ao centro de Lisboa. Há estacionamento por todo o lado. As coisas tendem a ser calmas, e sempre tens os fins de semana para repôr a quantidade de bronzeado ou melhor ainda, usa a varanda que tens ou o terraço do prédio, afinal de contas o ocaso é depois das 21:00.

Anita disse...

E eu que fui em Junho???? É tudo isso elevado ao quadrado, mas com a atenuante que vou uns dias descomprimir, ali no início de Setembro, quando todos regressarem ao trabalho ;)
Coragem e aproveita todos os minutos para o dolce far niente após o trabalho :) beijinho*

Dolce Far Niente disse...

Sturmvogel, obrigada pelas palavras motivadoras!!! :=) E já agora, gostei do "Martongas"! :=)

Anita, em Junho é realmente mais complexo, mas em Setembro as férias vão saber lindamente! Aproveita tb o "dolce far niente"!!!

Beijinhos a todas

Ana disse...

Durante alguns anos tinha férias na 2ª quinzena de julho...Não era mau. Nos ultimos três anos tenho optado por ir em finais de Agosto/1ª quinzena de Setembro...e o bem que sabe... assistir ao exodo do pessoal em Julho/agosto, ao regresso do pessoal...é tipo o anúncio da Dona Elvira, eu a vê-los passar. Em Julho/Agosto há tempo para tudo e ate parece que não custa levantar às 7h... o dia rende muito mais e com muito menos esforço. E depois qd regressamos já está tudo com ar amarelo e o meu bronze está no máximo..´Há que ver o copo meio cheio...
:)

Mafaldix disse...

Também sinto um pouco isso. Fui no início de Julho e ontem quando fui deixar o meu filho à creche, último dia antes de fechar, todos me desejavam boas férias... E já parece que foram há uma eternidade. E explicar ao piolho de 2 anos que a escola fecha para férias, mas que nós não vamos para o Algarve?? A parte boa é a diminução do trânsito e aproveitar os fins de tarde. Bom Agosto!